quarta-feira, 30 de maio de 2007

Capítulo X - Tias

Velório pela tarde. Almoço com defunto em casa é lanche. Ricardo logo se interou com Gabriela do estado que estava seu pai, de suas teimosias em procurar tratamento médico e de se fechar sobre o problema achando que o resolveria a sua maneira. Ricardo teve uma longa conversa com Marcelo. sobre a vida e o futuro. Ao final chegaram ao acordo que os dois também tinha muito da teimosia e do individualismo de seu pai. Que pouco conversavam sobre as coisas pessoais da própria vida. Que na verdade mal se falavam e que pouco sabiam um do outro. A tia Judite interrompeu a conversa com um forte abraço em Ricardo quase obrigando os dois a almoçarem algo. A insistência da tia não precisou ser muito perssuassiva pois a final estavam os dois com fome e depois de um estúpido " daqui a pouco vamos lá" de Marcelo que olhou para Ricardo e disse enquanto sua tia saia e falava para outro canto "Come!" com um ô alongado: Quer saber, que depois que nada, vamos logo e beliscamos algo pelo menos que nem tenho muita fome. Saco vazio não para em pé. E, temos que continuar, né?. Ricardo assentiu com a cabeçå, sorriu com os olhos cheios de lágrimas e disse que Marcelo tinha uma estrela que brilhava. Na cozinha, a tia Judite colocava tampa em algumas panelas e panos de prato sobre algumas vasilhas. A primeira panela que Marcelo abriu tinha feijão com farinha e ovo. A outra tinha salsicha com molho vermelho. Em uma vasilha sobre a mesa Ricardo destampava um pano sobre uma vasilha de arroz, outra com batata pallha e uma cesta com pães e algumas sobra de pão de queijo. Marcelo viu aquilo e disse:Hmmm! tive uma idéia. Pegou um prato, pegou uma salsicha, partiu e comeu dentro de um pão de queijo. Ricardo sorriu emocionado novamente olhando para o irmão e disse que adorava aquela cabeça aberta que Marcelo consegui ter, ainda que insistisse em negá-la. "Você é capaz de absorver a necessidade de adaptação e começar a aplicá-la sem nem mesmo ter consciência." Marcelo soltou um Quê!? E Ricardo falou de como modificou rapidamente sua maneira de pensar depois que a tia chamou para comer. Marcelo riu. Fez outro pão de queijo com salsicha. Olhou para o lado e viu sua tia acendendo o fogo e esquentando a salsicha, o feijão. Disse a Ricardo leventando outro pano de prato desvendando alguns pratos e talheres: E quer saber? Vou mesmo é almoçar! Mal terminava a frase e tia Judite já tinha uma outra panela no fogo enquanto pegava a vasilha com o arroz. Marcelo acompanhou sua tia colocando o arroz na panela e disse: Transmissão, hein tia?

O computador não tinha nenhum relato daquele dia. Mas Marinis não se contentava em mais um dia sem que o caso se desenrolasse. Voltou até o ButeKim e Giuliani ainda não havia chegado. O bar estava em festa. Kim dava uma talagada de cacahaça grátis pra qualquer uma que pedisse algo de comer. Seu primeiro filho nascera, prematuro. Marinis foi até Kim e porção e pinga pra dentro, logo soube do nascimento da pequena princesinha que nascera na casa do anfitrião. Kim explicou a Marinis que era uma menina e nem ele nem sua mulher quiseram saber o sexo do bebê até a hora do nascimento. Como a bebê nascera prematura, ficaria internada alguns dias no hospital e se não fossse trabalhar ficaria louco dentro do hospital. Sua mulher tomou alguns comprimidos para dormir e assim que sua cunhada chegou, foi ao bar comemorar o nascimento da nova cria. Marinis, impaciente teve que esperar toda a euforia de Kim ao contar tudo o que aconteceu. Passando pelo parto ao alarme falso da noite anteriror. Quando Kim enfim contou e recontou algumas partes do fato, Marinis conseguiu um pouco de sua atenção de maneira mais reservada quando ele lhe trouxe a conta. Marins se apresentou como delegado e que precisava do contato com Giuliani. Kim, assustado negou que Giuliani não tinha telefone. Marinis logo percebeu pela cara de Kim quão assustado ele havia ficado sabendo que um delegado da homícidios procurava um funcionário seu. Explicou que tratava-se de um caso que tinha acontecido ali perto em um dia que o rapaz estava trabalhando. Mencionou a nota no jornal e Kim se lembrou de ter lido mesmo algo que fazia referência à rua de seu bar. Kim levou a conta com o dinheiro e pediu licença. Voltou com o troco sobre um pires e deixou sobre o balcão. Marinis olhou para os quarenta e poucos reais sobre o pires, olhou para Kim, sorriu e se despediu. Kim o interrompeu antes de dar o segundo passo em direção à saída. "Doutor, me desculpa. O senhor, sabe, né? Toma aqui" e terminando de anotar o telefone de Giuliani em um papel do bloco de pedidos, se desculpa e se dispõe a ajudar no que puder. Chegam mais frequentadores do bar e Kim volta a eles para contar da novidade de sua filha. Marinis saiu e ligou no telefone celular de Giuliani. Ele muito solicito disse que sabia sim quem era a prostituta. Mas que ela não devia de estar fazendo ponto àquela hora. Indicou ao delegado onde era o ponto delas bem perto dali. Marinis foi até o ponto, mesmo discrente de encontrá-la, mas ainda assim encontrou ali algumas de suas colegas de profissão. Depois de algumas investidas, cantadas e outra onça a menos na sua carteira, descubriu que a tal golpista que o cafetão tinha desaparecido acabava de integrar-se a um puteiro perto dali. Não foi difícil chegar ao puteiro, mas saber quem era a puta seria um pouco mais. Foi logo fazendo-se de cliente e pedindo pra entrar. Quando entrou, com a primeira prostituta no quarto, viu que em um outro quarto, durmiam no chão umas doze prostitutas. Antes de comecar qualquer coisa perguntou à mulher se elas moravam ali. Ela respondeu que só por doze horas, que as outras doze elas ficavam na rua trabalhando para pagar a moradia e a comida ali. Que algumas, como ela faziam hora extra enquanto podiam estar durmindo na própria casa. Alugavam um quarto vazio da cafetina e cobravam pela transa. Marinis inventou uma desculpa sobre os cabelos loiros da mulher e disse que queria uma ruiva. A mulher disse que não podia e ele foi falar com a cafetina. Quando entrou no quarto, a mulher ouvia uma velha canção francesa, só vestia parte debaixo de uma saia e estava sentada fumando ao lado de uma janela. Ela se assustou com a entrada de Marinis e da prostituta que corria atrás dele gritando que ele não poderia entrar ali daquela maneira. Ele se constrangiu ao ver a cafetina, ainda que tivesse seus quarenta e poucos anos, ainda tinha um corpo bem bonito. Ela percebendo seu contragimento ordenou em um tom bravo que a muher se fosse do quarto e no mesmo tombravo ordenou que ele ficasse. "Não é o primeiro, nem o segundo, nem o centésimo que me vê assim. Já tô acostumada. agora espero que seja importante para o senhor entrar aqui dessa maneira", esbravejou a cafetina com Marinis. Ele disse que queria o que ela tivesse de mais novo na casa. Que era a primeira vez que ia uma casa daquelas e que tinha uma tara de que a mulher fosse nova. A cafetina retrucou, perguntando se ele queria uma menina pouco experiente. E disse que assim tinha poucas. Ele disse que não, que sua tara era de como ele fosse frequentador do lugar e agora houvesse uma recém-chegada ali. A cafetina, mais interessada em garantir o dela, disse: Cada um com as suas taras. Mas isso vai te custar um pouco mais caro. Ele aceitou, pagou adiantado a comissão da cafetina e ela se levantou da cadeira e com os peitos de fora foi até o quarto onde durmiam as outras prostitutas. Chamou uma mulher que durmia em um colchonete no meio do quarto. Ela acordou, falou algumas coisas com a cafetina que levantou e levou Marinis até o quarto. Alguns minutos depois entrava a prostituta toda maquiada e com outra roupa no quarto.