Passaram-se três dias até o enterro de Marina. A polícia precisou de dois dias e Juliana, a irmã de Marina de mais um para chegar e se despedir da irmã no Brasil. Uma cerimônia enquanto o corpo de Marina cremava foi realizada. Haviam pessoas de vários lugares. Estava Ramón, várias pessoas que trabalhavam com Marina, Marcelo, distante e triste, ora chora, ora reza, ora canta, ora dá gargalhadas. Marinis está um pouco mais atrás e observa Marcelo e Juliana, os dois últimos a saírem dali. Antes de Marinis sair, Marcelo vai até ele e pergunta o que ele fazia ali. Marinis disse que observava se passava algo de anormal. Marcelo lhe olha torto e diz: Marinis, qual é! Me conta o que você descobriu de quem matou Marina? Marinis para assustado e olha para Marcelo. Pensa por um tempo e é interrompido por outra pergunta de Marcelo: Doutor, quem matou a minha vizinha da frente foi a mesma pessoa que matou minha vizinha do lado? Marinis assustado olha para Marcelo. Olha para Juliana que escuta as perguntas de Marcelo e o chama para se afastarem. Puxa Marcelo e lhe pergunta, Marcelo, você estava chorando faz agorinha por ela e já quer saber quem é que matou? Marcelo retruca, chorei mesmo e fiquei triste, mas ri também. Mas demorei pra sair dali é porque fiquei pensando que pode ser a tal da Bia, amiga dela do msn, mas isso não poderia ser, seria muito óbvio, né? Marinis sorri e Marcelo continua, mas que essa assassina tá é lá pra minhas bandas! Marinis ri de Marcelo e ele ri também. Marcelo para de rir e diz: Tá vendo, dá pra rir e ficar triste. Igual dá pra pensar e ficar triste. E mesmo triste, em todos esses dias eu pensei muito em Marina e nesse dois assassinatos pertos da minha casa. Eu vi um deles e convivi com a vítima de outro deles. Acho isso tudo muito louco, sabe Marinis? Marinis pensa por alguns segundos enquanto começa a caminhar. Vem, Marcelo. Vamos tomar um café? Este eu convido! E Marcelo o seguiu. Foram até um café no carro de Marinis. Enquanto dirigia, Marinis disse a Marcelo: Marcelo, vamos tomar um café na sua casa, um lugar mais reservado que te conto um pouco do que eu sei e vejo como você pode me ajudar. Marcelo se empolga e concorda. Demoram um pouco para chegar e Marinis adianta a Marcelo. Tudo o que nós conversarmos lá, não pode ser dito, repetido e nem mesmo escrito, entendeu, Marcelo? Marcelo acena positivamente com a cabeça e sorri com os olhos. Marinis lhe encara sério e Marcelo desfaz o sorriso e acena sério. Chegam na casa de Marcelo e o anfitrião vai preparar o café. Marinis caminha pela sala e vai até a varanda. Olha para a janela da primeira vítima. Espera que Marcelo volte. Quando ele chega, Marinis se adianta: Você quer saber se é o mesmo assassino que matou suas duas vizinhas? Marcelo responde que sim e Marinis continua, Pois vou lhe dizer mais então, assassina, eu suponho. Ou não, emenda. E Marcelo ri. Como assim? Marinis lhe diz, é que tem uma semelhança estranha nesses dois casos que me incomodam muito. Marcelo curioso pergunta do que se trata. E Marinis acompanha Marcelo até a cozinha. Acho que a água tá esquentando, né? Marcelo pergunta outra vez. Marinis? E Marinis acalma a Marcelo. Calma, vou te contar o que sei e você vai me ajudar. Acho que você entende um pouco de histórias policiais, não é verdade? Marcelo se sente invadido por Marinis e fica vermelho. Marinis percebe e se desculpa batendo no ombro de Marcelo. Desculpa, mas eu gostei, viu? Marcelo ri e passa o café. Sentam-se na varanda para tomar café. Marinis espera o café esfriar enquanto olha para a outra janela. Olha para o café e comenta com o Marcelo. Marcelo, olha só. O mais estranho é que as duas vítimas sofreram algum tipo de tortura antes de morrerem e estavam amarradas quando morreram. Marcelo se assuta e Marinis segue. Mas foram torturas muito diferentes. Marisa Prieta era prostituta, conhecida na praça como Lady Mary. Voi violentada sexualmente antes de morrer com um cabo de vassoura enfiado na garganta. Marina voi queimada com pinturas, livros e fotos que pareciam estar na sua sala, supunha Marinis. Aliás, você podia me confirmar algumas coisas lá, Marcelo? O que você acha? Marcelo pensa um pouco e depois pergunta: Como a gente vai entar lá? Marinis diz que o local ainda está sob custódia da polícia. E que ele tem a chave e a permissão pra entrar lá. Marcelo volta-se pensativo. Depois de algum tempo e mais uma insistida de Marinis: Marcelo? E ele responde: Na parede, doutor, tinha umas pinturas bonitas na parede da sala. Essas colunas da cozinha igual essas minhas cheia de fotos de lugares lindos! Acho que tinha uma estante também. Duas, seriam? Induz Marinis. Marcelo fala: Uma de livro e outra de filme. Lembro que fiquei reparando, e ri se lembrando. Marinis diz pois é, então ela foi queimada antes com essas coisas e depois morreu enforcada, com o fio do mouse do computador. Que essa assassina ainda fez questão de deixar. Igual o cabo de vassoura. E nenhuma impressão digital. Nenhum rastro. Essa é a grande coincidência dois dois. Marcelo interrompe Marinis e diz: E é ela e não ele? Marinis diz que tudo aponta para que sim. Olha, Marcelo, um homem se parecer com uma mulher não é difícil. Mas pelo que me dizem, as duas pessoas que tenho suspeitas, uma é forte e grande e o outro é você. Marcelo se assuta e diz: Eu? Você, a polícia tá todo mundo achando que eu posso ter feito isso? Vocês só podem estar ficando loucos. Eu tava em Ouro Branco e vi o outro. Isso não quer dizer que faça de mim uma suspeita. Marinis retruca. De certa forma, sim. Mas não aposto em você. Acho que tá mais pra ser ela mesmo. Mas me conta uma coisa que é importante. Eu procurei nos e-mails da Marina e não encontrei nenhuma Beatriz. Marcelo bate cerra os punhos com força e diz: Será que ela ainda apagou o nome dela do msn? Marinis diz que gostaria de ver o e-mail de Beatriz, amiga de Marina que planejava se encontrar na lan house e depois viajar. Marcelo abre o computador e abre o nome de Beatriz. O e-mail é: ana_._@live.com. Ele logo diz, que estranho. Não era Bia? Marinis deixa Marcelo pensando um pouco e depois tira de dentro de sua bolsa alguns papéis com a lista de e-mails de Marina. Há conversas dela com Bia onde se apresentam e ela dizia se chamar de Ana Beatriz, mas que não gostava do seu nome. Marcelo olha para o detetive e diz, mas se você sabia onde procurar, porquê veio me contar tudo isso. Você já tem um meio de chegar nela. Chegar nela? Repetiu Marinis. Boa idéia, Marcelo. Pra isso que eu vim falar com você. Para ter boas idéias. Enfatiza. Marcelo volta a ler o texto em uma das folhas está a conversa na lan house. Doutor, se tem da lan house é porque você foi atrás do e-mail que te falei que a gente conversava? Pois é Marcelo, a princípio foi. Tinha até uma conversa delas olha aí. E Marcelo emenda, é tô lendo.
19:38:57 Marina: ei, Bia!
19:39:12 Marina: Tudo bem?
19:41:21 ana_._@live.com: Ei, você tá aqui?
19:41:49 Marina: não tô... desculpa
19:42:04 Marina: ai, que raiva daquele Marcelo
19:42:15 ana_._@live.com: calma, Mari.
19:42:23 ana_._@live.com: fica calma
19:42:47 Marina: ggggggrrrrrrrrr!!!!!!
19:42:53 ana_._@live.com: hahahahaha
19:43:07 ana_._@live.com: ;)
19:43:32 Marina: hahahaha
19:44:48 ana_._@live.com: vamos tomar uma, pra relaxar?
19:48:02 ana_._@live.com: você tá aqui perto da lan house?
19:50:13 Marina: eu moro perto daí.
19:5022 Marina: mas não sei se quero sair.
19:50:34 Marina: acho que quero ficar sozinha
19:50:41 Marina: me desculpa?!
19:51:23 ana_._@live.com: ô amiga. preocupa não.
19:51:29 ana_._@live.com: fica pra outro dia
19:51:39 Marina: melhor
19:53:46 ana_._@live.com: Marina?
19:55:54 ana_._@live.com: Marina?
19:56:27 Marina: desculpa, Bia. preciso ficar sozinha.
19:57:46 ana_._@live.com: tá bem, qualquer coisa, vou marcar um tempo aqui na internet, tá?
19:57:53 Marina: obrigada.
19:57:55 Marina: beijo
19:58:16 ana_._@live.com: beijo, até mais!
Lê todo o bilhete e diz: Mas Marinis, se você já sabia o e-mail da Ana Beatriz, porque confirmá-lo comigo? Marinis sorri e diz: Porque eu acho que é a mesma assassina. Marcelo se assuta e pede a Marinis que lhe explique. Preste atenção Marcelo. Temos uma suspeita de nome Ana Beatriz, certo? Marcelo acena com a cabeça concordando enquanto Marinis segue seu raciocínio. Temos outra suspeita que vai até o seu apartamento com no nome de Beatriz Lopes. E justo no seu que é no mesmo andar de Marina. Ana Beatriz Lopes, era o que poderia suspeitar, não é verdade, Marcelo? Marcelo segue concordando e Marinis diz que há um porém. Que o mesmo e-mail também batia com um conversa de Ana Cláudia, Claudinha tentando marcar um programa lésbico com Lady Mary. Essa era a única conversa e me pareceu só mesmo uma negativa de Marisa Prieta no primeiro momento. Porém, quando você me falou dessa lan house, eu achei esse e-mail no de Marina, e no de Marisa Prieta advinha? Ana Cláudia Lopes. Caramba, solta Marcelo. Marinis continua. Então acho que você agora realmente pode me ajudar, pois é uma testemunha dessa história. Marcelo ri e indaga: Testemunha. Vamos descobrir qual é a dessa mulherzinha aí, doutor! Marinis ri e diz: Vamos, Marcelo, vamos sim! E tenho uma suspeita que ela gosta de brincar com coisas do mundo de cada uma de suas vítimas antes de matá-los, e torurá-las, no caso dessas duas. Com a puta teve muito sexo, sadismo e totura nos órgãos sexuais dela. Com Marina, uma mulher culta e cibernética, sua cultura serviu de combustão para as torturas com fogo queimando suavemente sua pele. Marinis conta a Marcelo como encontrou Marina amarrada a uma cadeira, com a boca amarrada, a pele cheia de queimaduras e o fio do mouse enrolado no pescoço. No chão haviam livros com páginas rasgadas. Marcelo assustado diz: Vichi, Maria. Mas a mulher é doida mesmo! Marinis ri e diz: É Marcelo, mas você e seu porteiro são os únicos que podem identificar ela. E você pode tentar falar com ela por msn nos próximos dias, hein? Marcelo diz que claro que sim. Marinis, vou entrar todo dia. Marinis concorda. Faça isso Marcelo. Nós vamos tentar rastreá-la também. Seguimos em contato. Você tem me ajudado muito. Agora escute bem e se lembre do que eu te falei lá no carro. Nenhuma palavra e nenhuma linha, certo? Claro Marinis, responde Marcelo. Eu sei que ainda estamos só investigando. Especulando, Marinis o interrompe. Como seja, continua Marcelo. E sei que isso tornar-se público pode atrapalhar as investigações. Isso mesmo Marcelo, sorri Marinis para ele. Marcelo sorri relaxado. Tchau, Marcelo! Logo nos falamos de novo. Tchau, Marinis, diz Marcelo enquanto bate a porta.
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