Marcelo acorda com o celular tocando pela segunda vez. Era do jornal. A assessoria de imprensa do restaurante estava em cima e o jornalista assessor era amigo do editor-chefe do jornal. Marcelo olhou para o relógio e viu que era pouco mais das três da tarde. Com preguiça levantou, comeu um resto de pizza fria e colocou café para passar. De café da manhã, pizza fria e café queimando a boca. Marcelo toma um banho e coloca um jeans velho e uma camisa amassada. Toma mais um pouco de café e vai até a varanda fumar. Pensa em Marina. Gostaria de encontrar com ela, mas hoje eu ainda tô cheio de trabalho comenta soltando a fumaça do cigarro. Ri de si mesmo. Apaga o cigarro, toma mais um pouco de café, pega sua bolsa e sai de casa. Vai até a casa de Marina e toca a campainha. Ninguém atende. Toca mais uma vez e ninguém atende. Pega o elevador e desce em direção ao trabalho. Até o jornal, a pé, Marcelo demorava alguns minutos. Quando chegou teve que replanejar o uso das fotos para a o próximo dia, já que esperava fazer um especial do restaurante no Sábado, teria que utilizá-lo no de Sexta-feira mesmo. Mas tinha o lançamento do cd e o filme que mereciam destaque também. Marcelo acalmou os animos pouco depois que chegou. Reduziu e adiantou o Sábado pra Sexta. Deixou meia página pronta, faltando somente o conteúdo dos eventos que ele mesmo estaria naquela mesma noite. Teve que esperar a aprovação da página e ficou algumas horas ocioso no jornal. Abre o msn e fica off line. Poucos segundos depois uma mensagem de Marina: Amanhã, Marcelo! Na Sexta. Estamos pensando em uma lan house na praça aqui perto de casa. O que você acha? Você pode? Marcelo?! Beijo. E foi só. tudo escrito de uma única vezada. Marcelo achou graça e antes de responder pensou um pouco no trabalho que teria. A edição de Sábado havia mudado, o que interferia também na de Domingo. Marcelo planejou distribuir o que restava do show, dos famosos no restaurante, das baladas e boites. Viu que lhe restaria algum tempo pelo final de semana com direito a happy hour na sexta. Gostou da idéia e de uma vezada escreve para Marina. Ei, Mari. Amanhã? Posso a partir das sete. Acho essa lan house bem legal. E vamos marcar de comer alguma coisa nesse final de semana? Tenho um vinho branco maravilhoso!
Quando deu enter, Marcelo viu que Marina já não estava mais on line. A mensagem já tinha ido e na tela do seu computador piscava o cursor em cima de Beij Marcelo deu o enter antes mesmo de terminar de digitar quando uma assistente disse que o restaurante havia convidado eles para irem comer lá. Marcelo que já havia ido repassou o convite para sua equipe. Desligou o computador e foi para casa. No caminho comprou comida e bebida. Chegou em casa e ligou o forno. Ligou o som baixinho e tranquilo. Quando o forno estava mais quente, Marcelo colocou uma carne que havia acabado de salgar. Preparou arroz e salada. Comeu e dormiu por algum tempo. Quando acordou já era quase sete e o filme começava às oito. Levanta correndo e apressado. Liga o chuveiro e corre até a sala. Pega o lap top e leva a música para o banheiro. Volta correndo até a cozinha e enche a louça suja de água. Corre até o banheiro. Com o lap top sobre a bancada, Marcelo escolhe justo o cd que ele vai ao lançamento. Olha a hora e vê que havia dormido pouco mais de vinte minutos. Que estava apressado mas nem havia dormido tanto. O tempo no jornal que foi mais que ele esperava. Tomou banho e se aprontou rápido. Antes de sair, já estava cantarolando algumas das música do cd sem nem mesmo se dar conta.
Marina acordou tarde e saiu para comer em um restaurante. Estava com preguiça de cozinhar e foi até um restaurante perto de onde morava. Colocou a primeira roupa que viu. Era um belo vestido. Comeu e voltou para casa. Quando chegou ligou o computador e falou com várias pessoas. Havia um recado off line de Marcelo, no meio da madrugada: Claro, vamos marcar sim. Quando? Onde? Beatriz não apreceu e nem mesmo Marcelo. Marina estava ansiosa com o encontro e acabou achando bom que nada havia sido combinado então, já que nenhum dos dois havia se manifestado. Marina clicou no nome de Marcelo off line e escreveu para ele. Amanhã, Marcelo! Na Sexta. Estamos pensando em uma lan house na praça aqui perto de casa. O que você acha? Você pode? Marcelo?! Beijo. Passou mais algum tempo e nem ele nem Beatriz apareceram. Marina decide desligar o computador e dar uma ida até o escritório para conferir como se finalizava o novo projeto. Foi até o banheiro e tomou um banho rápido. Se aprontou e saiu por volta de quatro da tarde. Chegou rápido no trabalho, pois o trânsito estava tranquilo. Trabalhou até anoitecer. Estava criando bichos e histórias em relação a Marcelo, a sua sexualidade, a paixão que ele despertava nela, a noite que haviam passado. Resolveu meter a cara no trabalho e trabalhou até anoitecer. Nem mesmo viu o tempo passar. Quando se deu conta já havia anoitecido e estava somente ela e sua assistente no escritório. Deixaram o trabalho do jeito que estava e saíram para comer. Foram até uma lanchonete próxima. Quando chegaram se animaram e pediram algo para beber também. Comeram e beberam. Celebraram o sucesso do projeto e conversaram um pouco. Marina contou sobre a viagem que planejava fazer a México e Cuba à sua assistente, que ouvia entusiasmada. A conversa rendeu um pouco. Depois, se despediram e cada uma foi para sua casa. No caminho de volta para casa, Marina pensou em como havia vencido algumas barreiras que ela mesma se colocava ao cumplicidar sua vida mais pessoal com sua vida no trabalho. Chegou mais rápido em casa do que havia ido enquanto filosofava sobre sua timidez. Subiu o eleveador e quanto mais se aproximava, mais Marina pensava em Marcelo. Abriu a porta do elevador e foi até a porta de Marcelo. Bateu a campainha. Nenhuma resposta. Bateu mais duas vezes e nenhuma resposta. Bateu com a mão na porta algumas vezes e gritou: Marcelo! Marcelô! O silêncio que sobrou depois foi rompido por um choro baixinho que Marina nem mesmo fazia questão de enxugar as lágrimas. Caminhou até a sua casa. Abriu a porta. Entrou e segurou o choro. Olhou em volta. Caminhou até o seu quarto. Deitou na cama e voltou a chorar abraçada com o travesseiro. Dormiu até pouco mais da meia noite. Levantou com a boca seca e foi até a cozinha. Serviu um copo de água e tomou inteiro. Serviu outro e tomou mais um gole. Pegou um pão de forma e comeu com queijo e tomate. Pensava nela chorando antes de domir. Primeiro sentiu raiva de Marcelo. Depois riu dela mesmo. Ligou o computador e foi até o banheiro. Quando voltou, antes mesmo de abrir as janelas que piscavam do msn pensou: Acho que chorei porque queria que o Marcelo me quisesse como eu quero ele. Olha para o computador e vê a janela de Beatriz piscando com três tentativas de se comunicar com ela. Uma no final da tarde, outra mais a noite, e outra a poucos minutos. Em todas elas tentava confirmar o encontro. Na última, comentava que tinham que começara olhar as passagens para comprá-las com antecedência. Marina pensou naquilo e abriu alguns sites para ver preços de passagens. Copiou alguns links e colou para Beatriz. Disse: Talvez não possa amanhã, mas quem sabe no final de semana? Beatriz, off line, não respondeu nada. Marina viu que na janela de Marcelo, que também estava off line, havia um recado do final da tarde: Ei, Mari. Amanhã? Posso a partir das sete. Acho essa lan house bem legal. E vamos marcar de comer alguma coisa nesse final de semana? Tenho um vinho branco maravilhoso!
Beij
Marina achou inusitado, esquisito, surpreendente, atraente e apaixonante. Voltou até a janela de Beatriz e escreveu: Vai dar sim. Vamos marcar amanhã entre sete e oito, que cada um vai chegando a hora que quiser. O que você acha? Volta até a janela de Marcelo e escreve: Vinho branco? Hmm!! Então tá marcado amanhã. Nos vemos lá a partir das sete: Eu, você e a Bia. Beijo. Navegou por mais algum tempo, encontrou outros preços por diferentes rotas. Salvou alguns links e mandou por e-mail para Marcelo e Beatriz. Bebeu mais um copo de água e foi dormir.
Marcelo chegou tarde, pois do lançamento do cd, esticou a noite em uma boite que alguns figuras da hi society estariam. Essa era parte do trabalho de Marcelo que ele mesmo tinha que cativar, pois eram esses que agitavam a noite da capital. Abriu o computador e com meia hora de trabalho e um zunido na cabeça ainda por conta da música alta da boite, Marcelo estava enviando conteúdo para o editor que estava de plantão. Pegou o celular e ligou para o editor. Ele atendeu com a voz sonolenta e disse que já ia terminar. Marcelo pegou uma jarra de água na geladeira e ficou esperando ele ligar para confirmar que havia realmente terminado. Marcelo estava preocupado com o que havia ocorrido pela tarde com o restaurante e queria se assegurar de que tudo estaria correto. Abriu o msn e recebeu uma mensagem de Marina off line: Vinho branco? Hmm!! Então tá marcado amanhã. Nos vemos lá a partir das sete: Eu, você e a Bia. Beijo. Marcelo leu aquilo e sorriu satisfeito. Escreveu para Marina. Me espera que vamos juntos. Tenho pouco trabalho amanhã, passo aqui e vamos juntos. O que você acha? Beijo. Marcelo ficou ali conectado por mais algum tempo até que o telefone tocou. Era o editor dizendo que a página estava fechada e enviada. Ainda falando pelo telefone, Marcelo abriu o e-mail, leu e aprovou. Desligou o telefone, o computador e foi dormir, cantarolando: Amanhã, vai ser outro dia! Amanhã, vai ser outro dia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário