Era uma vez um blog... Um espaço onde o autor escreve um livro on line. Livro: Pela Janela - Romance Policial .. Os capítulos estão à direita dessa página..
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Capítulo XIV - La Policía
Marinis está na entrada de um clube de campo, onde o espera Gustavo. Era um clube de tiro, e era o ponto de encontro onde utilizavam para descarregar em alvos de madeira. Marinis estava de plantão. Pois o desaparecimento de Naldo lhe cheirava assassinato. Tudo bem que esse era o papel da corregedoria, mas ainda tinha mais que lhe interessava particularmente para o caso de Marisa Prieta. Em pouco tempo já estavam falando de trabalho. Gustavo preocupado pelas perguntas de Marinis o envolverem no que ele tinha participado mas não tinha concluído, resolve chamá-lo para darem uma volta no campo. Marinis, que adora caminhadas, se apresenta. Saem para uma caminhada de 3 horas entre mata, serras, cachoeiras e montanhas. Na caminhada, Gustavo tenta relaxar e pergunta coisas mais pessoais da vida, do tempo que passou, e Marinis entra no jogo e gosta, responde e também pergunta. Em pouco tempo já estão mais próximos, mais intímos. Gustavo se dá conta que todas as vezes que Marinis voltava ao assunto do trabalho, perguntava coisas que não estavam relacionadas ao Naldo, mas sim ao bar, à rua, aos edifícios. Gustavo pensa entre mergulhos de cachoeira e escaladas e resolve comentar com Marcelo um fato curioso que lhe chamou a atenção. Marinis se espanta e põe-se a ouvir. Olha só, naquela noite, a gente teve lá mesmo, pois quem tava envolvido com a puta era o irmão do Renato, o Breno, meu colega. Nos fomos lá porque o muleque tava arrumando briga doidão com a nata da malandragem. Mas aí no final, quem conduzia a equipe era o Morais e ele mandou a gente levar o Renato pra dar uma volta e depois soltar ele bem longe. E o Naldo?, perguntou Marinis. O Naldo, ele levaram na viatura deles. Mas o que eu quero mesmo te contar, é que lembro de ter visto uma coisa estranha quando colocava o doidão do Renato na viatura. Ele já tava algemado e tentou fugir, nós o pegamos uns metros mais pra frente. Ele caiu, a gente tropeçou nele e o trouxemos carregado de volta. Antes de levantá-lo. Esperamos um pouco e vimos que a puta tinha saído correndo, mas que ela não nos interessava. Eu olhei para o outro lado e vi um pessoa bem alta e forte, dentro de um jaqueta preta de capuz caminhando rapidamente pela rua, me distraí quando meu parceiro deu um chute no estômago de Renato, mas ele bem que merecia, porque tava muido doidão. Quando olhei de novo para aquela grande figura negra que andava rapidamente pelas sombras, não estava mais lá. Na hora achei até que tinha visto coisa que não existia, mas você me perguntando se eu tinha visto alguma coisa estranha nesse dia, te digo que isso foi bem estranho. Marinis gostou da história de Gustavo. Resolveu não mais lhe perguntar a respeito de Naldo, percebeu que dali não poderia contar com Gustavo, e deixou isso claro para ele, tentaria não envolvê-lo mais do que ele mesmo já havia se envolvido. Gustavo assentiu positivamente, quando o telefone de Marinis tocou. Marinis assutado atende o telefone: Alô?! Do outro lado um voz de homem afeminada responde: Marinis, como vai tudo bem? Marinis pede licença a Gustavo, caminha em direção a um lugar mais distante o interrompe e pergunta: Quem é?! Marcelo responde que é ele. A voz de Marinis perde uma tensão incial e com tranquilidade ele comenta a Marcelo que iria anotar o telefone de Marcelo, que já aproveita e fala para ele anotar o celular também. Gustavo relaxa e se sente mais aliviado. Após pouco tempo Marinis está caminhando de volta falando ao celular: As 9 tá ótimo. Tchau! desliga o celular e comenta: Plantão não é moleza. Inclusive, tenho que ir, marquei um encontro hoje as 9, aproveita o gancho para ir resolver outras questões. Se despedem e Gustavo também vai para casa. Marinis, no caminho de casa, passa antes pela Rua Goiás, passou devagar, olhou pra cima e viu as luzes de alguns aprtamentos acesa. Mediu a distância que o Renato poderia ter corrido do Butekim, e reparou em algo. A distância que ele poderia ter corrido dava uma vista ótima da entrada do prédio da vítima. Então aquele ser de negro e truculento poderia ser o assassino. Será? Pensou Marinis. E se ele saltou a grade, porque ela é bem baixinha. Mas o prédio tem porteiro 24 horas. Foi até o prédio e tocou a campainha. Ninguém respondeu. Olhou para guarita, um pouco mais alta e com vidros escuros e não tinha ninguém lá. Um senhor chegou por trás dele, com um pacote de cigarros na mão perguntando: Pois não? O senhor tá procurando alguém? Marinis o identificou pela roupa e se apresentou como delegado de polícia. O porteiro já sabendo do caso do assassinato, abriu o portão e o convidou a entrar, Marinis aceitou e disse que só necessitava entrar na guarita dele e ver o campo de visão que ele tinha. E era realmente um excelente campo de visão, com a ajuda de espelhos tinha uma boa visão da rua. Dava pra ver qualquer um indo e vindo à distância. Marinis agradeceu e saiu do prédio. Caminhou um pouco até o ButeKim e quem estava de plantão não era ninguém menos que Giuliani. Marinis sentou, pediu uma água e um tradicional frango à passarinho. Entre indas e vindas de Giuliani no balcão, Marinis o prende para um conversa. Pergunta se ele conhece um porteiro e foi dizer a palavra porteiro, que Giuliani lhe interrompeu. O seu Tito? Esse é um porteiro que vem muito aqui. Trabalha madrugada e domingo. Vem sempre aqui comprar cigarro e pinga com café. Marinis começa a gostar da forma como as peças do quebra-çabeça começam a se encaixar. O ocorrido daquela tarde de quando ele chegou a entrada do edifício era recorrente com esse tal de seu Tito, porteiro das madrugadas e do domingo. Uma pessoa alta que pularia com facilidade a grade do edifício some às vistas de um policial que tinha visto ele passar correndo. Certamente, esse cara é o assassino. Na mesma noite, um pouco mais cedo. Quando chegar na delegacia amanhã, perguntarei ao Gustavo mais a respeito desse cara. Mas agora tenho mais o que saber. E consegue extrair de Giuliani que corria na boca miúda que o Naldo da briga com o Renato tinha desparecido não, tinha mesmo era sumido do mapa. Marinis disse para que ele se tranquilizasse que tão logo os culpados pagarão pelos seus atos. Pede a conta, agradece paga e vai embora. Tão de repente como entrou. Ao entrar no carro vê Marcelo sai e entrar em um taxi. Entra no carro e o segue. O trajeto de Marcelo é curto, pelos cincos quarteirões da Avenida João Pinheiro. Desce na porta do Belas Artes e encontra um rapazinho de vinte e poucos anos na fila do cinema. Se cumprimentam com abraços e um beijinho. Marinis avança o carro e não o vê mais. Dirige até sua casa juntando todas as informações que tinha coletado naquele dia. Vai começando a se formar o perfil do assassino, um homem alto, forte, que usava um moleton negro com capuz era o único suspeito até então, já que não havia nem mesmo digitais. A forma como ele entraria e sairia do edifício parece ser tranquila tamanha a displicência com que trabalha o tal de seu Tito. Mas o que será que Marcelo tem pra me contar? A janela dele tem uma vista bem privilegiada do apartamento da vítima. Hmm! Amanhã tenho um prato cheio pra corregedoria, só preciso que eles achem o corpo para que constatemos uma assassinato. O tal do Marcelo precisa escrever pra me contar? Bem que o Adriano me advertiu dessa empolgação de jornalista policial do Marcelo. Vou dar corda pra ele, quem sabe ele me surpreende. E nos devaneios de seus pensamentos, lembra da cena de Marcelo beijando um jovem na porta do cinema e responde a si mesmo em voz alta: Ou não, né?
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